Todas as partes das plantas
podem ser utilizadas para a extração dos óleos essenciais que contenham; no
entanto, um órgão como, por exemplo, a flor, pode fornecer um óleo mais
adequado para determinado fim que o óleo extraído das folhas da mesma planta,
devido à diferença na sua composição.
O óleo essencial das
diversas partes das plantas pode ser extraído por variados métodos, adequados cada
um a um tipo de extração e de espécie vegetal utilizada. Entretanto, a
destilação é o método mais comum.
Cada método de extração tem
suas vantagens e suas desvantagens, e as características e qualidades de cada
óleo podem variar de acordo com o método utilizado.
De modo geral, todos os
métodos de extração não são adequados para processamento doméstico, ainda que
artesanal, porque as quantidades de material vegetal necessárias para uma
produção, mesmo que pequena, são exageradas.
Os métodos de extração mais
comuns são:
· enfleurage
· extração com solventes
· expressão a frio
· destilação
Quase todos os óleos disponíveis
no mercado são obtidos pelo processo de destilação e, por isso, este sistema de
extração será considerado neste estudo com mais detalhes.
ENFLEURAGE
Provavelmente deve ter sido
o primeiro método utilizado para a extração de óleos essenciais, principalmente
para pétalas de flores muito delicadas.
Consiste em uma extração em
camadas através de tecidos embebidos em óleo ou gordura; o óleo essencial migra
das pétalas se dissolvendo na gordura que, posteriormente, é removida com o uso
de solventes adequados. Numa segunda fase, o solvente deve ser removido para a
obtenção do óleo essencial.
O método é muito dispendioso
e demorado. Atualmente é considerado obsoleto.
EXTRAÇÃO COM SOLVENTES
Consiste na imersão do
material vegetal em um hidrocarboneto solvente que fará a extração propriamente
dita. Posteriormente o solvente é retirado restando o óleo essencial.
O método é empregado
principalmente para flores. Não é recomendável para fins terapêuticos, principalmente
porque deixa resíduos do solvente no óleo obtido. Já foram encontrados valores
da ordem de quase 10% de solvente, e até mais em alguns casos.
Na França onde a
Aromaterapia é mais avançada, a extração através de solventes de óleos
essenciais, para fins terapêuticos, é proibida.
EXPRESSÃO A FRIO
Praticamente utilizado com
exclusividade para a extração do óleo das cascas de diversas espécies de
Citrus. É efetuada a partir da expressão hidráulica do material vegetal a frio,
coletando-se então o óleo que escorre.
Do ponto de vista
terapêutico é o método que menos alterações provoca no óleo essencial, pois não
há a interferência do calor.
DESTILAÇÃO. HIDROLATOS
A destilação, como foi
visto, é o método mais comum de extração dos óleos essenciais das plantas. Os princípios
desta técnica foram já observados por Dioscórides, no século I. Há também uma
citação referente ao seu emprego pelos antigos egípcios.
A destilação ocorre dentro
de um equipamento denominado destilador ou alambique, desde os mais simples aos
mais elaborados.
O processo genérico pode ser
assim resumido:
1. o material vegetal é todo colocado dentro de um tanque, apoiado
em uma espécie de peneira inox, através da qual se faz passar vapor d’água
aquecido; esta é a melhor maneira, mas não é adequada para raízes, semente,
galhos, etc.; nestes casos, o material vegetal é colocado diretamente na água;
2. o vapor, passando através do material vegetal, aquece e carreia
consigo as substâncias aromáticas voláteis;
3. o vapor, agora contendo o óleo volatilizado, passa por uma
serpentina onde é resfriado e condensado;
4. na porção terminal da serpentina a mistura água / óleo
essencial é coletada à temperatura ambiente;
Algumas variações no método
básico de destilação podem ser introduzidas, principalmente para melhoria da
qualidade do material que se pretende obter. Assim, certas destilações são
efetuadas a “fogo baixo”, isto é, sob temperaturas mais brandas e durante um
tempo maior, permitindo, dessa forma, um óleo de melhor qualidade. Outras vezes
o processo é repetido, isto é, redestilado, obtendo-se um material mais refinado.
A destilação de material
vegetal para a obtenção de óleos essenciais é um processo cujo rendimento é sempre
muito baixo e caro, pelos teores muito reduzidos daqueles princípios na planta.
Para se ter uma idéia de grandeza, podem ser citados, como exemplo, os
seguintes rendimentos médios, para a obtenção de 1 kg de óleo essencial:
Eucalipto 46 kg
Tomilho 400 kg
Rosa 1400 kg
Néroli 6000 kg
Após a separação do óleo
essencial da água, esta última constitui o hidrolato, que é a água destilada contendo
cerca de 0,2 g/l de óleo essencial disperso na forma ionizada, não decantável.
Assim são produzidos
hidrolatos conhecidos, como a “água de rosas”, a “água de flor de laranjeira” e
a “água de camomila”.
Além disso, deve ainda ser
observado que estes hidrolatos contêm, invariavelmente, substâncias solúveis em
água, e que não estão presentes no óleo essencial.
Em muitos casos a destilação
é processada para a obtenção exclusiva do respectivo hidrolato. Aqui, como no
caso dos óleos essenciais propriamente ditos, também existe falsificação
comercial, agregando-se algumas gotas de óleo à água pura, apresentando a
mistura como hidrolato ou água de flores.
Os hidrolatos são
especialmente recomendados para a desinfecção de feridas e cuidados com a pele em geral. São muito
utilizados em
cosmética. Também podem, em muitos casos, servir como complemento
no tratamento utilizando óleo essencial, ampliando a capacidade deste.
Os óleos essenciais após a
sua extração precisam ser armazenados em vidros escuros desinfectados, ao abrigo
da luz, em local fresco sem grandes variações de temperatura, muito bem tampados,
evitando-se qualquer contato com o ar. Desta forma podem ser guardados por
cerca de 2 a
3 anos.
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